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Quinta-feira, 23 de Outubro de 2025
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Círio: Gaby Amarantos é anfitriã em 'janela' e lança projeto 'Laje de Nazaré'

Festa da Chiquita, em Belém, reúne artistas para celebrar a resistência LGBTQIAPN+ no percurso da Trasladação

Ellen Moon D'arc
Por Ellen Moon D'arc
Círio: Gaby Amarantos é anfitriã em 'janela' e lança projeto 'Laje de Nazaré'
Assessoria do evento Casa Primor
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O Círio de Nossa Senhora de Nazaré e suas 14 procissões no mês de outubro levam não apenas os paraenses às ruas de Belém, mas também turistas de outros estados brasileiros e do mundo inteiro. No último sábado, 12, e domingo, 13, a Trasladação e o Círio, respectivamente, reuniram cerca de 2 milhões de pessoas. As vistas privilegiadas das "varandas" e residências na avenida Nazaré foram disputadas por aqueles que queriam ver a passagem da berlinda com a imagem peregrina.

Reprodução / Instagram Gaby Amarantos
Gaby Amarantos lança 'Laje de Nazaré' | Reprodução / Instagram

 

A Casa Primor levou sua embaixadora, Gaby Amarantos, para ser a anfitriã da noite, com um cardápio típico paraense assinado pela chef Grace. A cantora prestou homenagem durante a passagem da berlinda na Trasladação, em uma das sacadas, diante de 1,5 milhão de devotos que percorreram 3,7 quilômetros em quase cinco horas de procissão. No espaço interno, houve a apresentação da música "Tudo que eu faço é com Primor", exaltando a cultura e as mulheres do Norte, nas vozes de Gaby Amarantos e Lucy Alves, que representava o Nordeste (por meio de gravação).

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No domingo, Gaby também acompanhou emocionada o Círio, que este ano se destacou por um projeto especial, a "Laje de Nazaré". Questionada sobre a experiência de retornar ao Círio e apresentar o projeto, a vencedora do Grammy Latino 2023 explicou: "É uma alegria imensa homenagear a nossa Mãe. Para mim, não é um retorno, porque moro aqui, estou sempre presente, mas fazia alguns anos que eu não conseguia participar do Círio. Este ano, lançamos a Laje de Nazaré, uma iniciativa que traz um Círio com a cara da periferia, essa grande massa que faz a festa acontecer. Então, este Círio foi ainda mais especial", disse, empolgada.

"A Laje de Nazaré é um projeto no qual caminhamos com as pessoas nas ruas, vivenciando o Círio de forma próxima. Distribuímos água, participamos da motorromaria e oferecemos um café da manhã para ver a passagem do Círio Fluvial. Não é um espaço físico; a Laje de Nazaré somos nós, sempre perto de Nossa Senhora", acrescentou.

A relação de Gaby com o Círio é de longa data, pois sua primeira participação ocorreu aos três meses de vida, no colo da mãe. Desde então, ela presta homenagens a Nossa Senhora de Nazaré sempre que pode: "Eu acompanho o Círio desde que me entendo por gente. Nasci de sete meses, e minha mãe fez a promessa de me trazer ao Círio. Com três meses de vida, ela já me levou. Desde então, todos os anos venho com ela. Minha mãe abençoada, Nossa Senhora, está no meu clipe de 'Xirley'. Tenho muito orgulho de ser uma cantora da Amazônia, terra da rainha da Amazônia", finalizou.

Reprodução / Hugo Tomkiwitz
Dangela do Curió, Gigi Hibrída, Condessa Devonrivr e Jéssica Marajoara (da esquerda para a direita) | Foto: Hugo Tomkiwitz 

 

Fé e a Resistência LGBTQIAPN+ no Círio

No sábado, 12, durante o trajeto da Trasladação, ocorreu a tradicional festa da Chiquita, na Praça da República, uma das manifestações LGBTQIAPN+ mais antigas e relevantes do Brasil, comandada por Eloi Iglesias, que recebeu artistas paraenses como Flores Astrais, Leona Vingativa, Aíla e Dona Onete.

A noite seguiu com apresentações das drags Themônias: Gigi Híbrida, Condessa Devonriver, Safira Clausberg, Desirée Lobianco, Brenda Sanches e Aphrodite. Houve também shows de Johann, Jotta C, João da Hora e da cantora de quadrilha Babaçu.

Para Jean Negrão, que dá vida à drag Gigi Híbrida e participa da festa da Chiquita há mais de 10 anos, estar entre as convidadas foi uma honra. "Eu me sinto muito honrada como artista drag em fazer parte desta manifestação LGBTQIAPN+ tradicional, a mais antiga do Brasil. A Chiquita é um misto de emoções, e quando nós, 'pagãs', nos curvamos à grandiosidade energética que emana de Nossa Senhora, é uma experiência única estar naquele palco que transcende a arte", declarou.

Com intimidade, Gigi acredita que todo paraense é devoto da "Nazinha" e que o Círio, junto com a Trasladação e a Chiquita, é a festa do povo paraense. "Para mim, aquele momento é de celebração, devoção e ritual; consigo sentir a energia de Oxum, dona do meu ori, manifestar-se em mim por meio da minha arte, em honra a Nossa Senhora. Não há distinção para a intercessão divina; a principal mensagem é que o Círio não pertence à igreja, ao bispo, mas ao povo e a todos que estão nas ruas, praças e esquinas", afirmou.

Sobre a representatividade da Chiquita, Gigi concluiu: "Este ano, a Chiquita esteve profundamente ligada às raízes culturais do estado, uma forma de valorizar o que é nosso, de fato, nossas origens. A representatividade vai além da identidade de gênero; está em quem somos como amazônidas. É sempre importante reforçar que somos uma comunidade LGBTQIAPN+ com um 'A' de Amazônia. Vida longa ao Eloi, grande idealizador desta festa, um verdadeiro ser híbrido que carrega várias vidas em um corpo só", finalizou com orgulho.

FONTE/CRÉDITOS: Ellen Moon | Emanuele Corrêa
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